Pequenso detalhes......

" E la em baixo....uma rede de anjos amparava nossa
queda... (Caio Fernando Abreu )











terça-feira, maio 31, 2011




Se fazemos diferença, que seja com amor. É ele, sempre ele, que faz a diferença mais linda.



( Para Alessandra)



Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da alma, de meu sentimento , nao sou de pedra . guardo minhas memorias , meu sonho


e um par de asas que nunca deixo.

...


( Para Alessandra )
"Faz frio hoje. O inverno está chegando. Estranho, o inverno sempre me deixa um pouco mais profundo. Me volto para dentro de mim mesmo, tenho a impressão exata de que me pareço com um dos plátanos da praça aí de baixo: hirto, seco, mas guardando alguma coisa por dentro. Quem sabe se essa tristeza que tenho, tão parecida com esse frio envergonhado de não ser frio — quem sabe, se não é apenas o derrubar das folhas?"




Caio Fernando Abreu



Não percebi a chegada do outono. Mas eu sentia que estava embarcando numa nova estação: todas as árvores e ervas e flores que plantei, de repente, estavam nuas. E eu caminhava num tapete de folhas e flores. Os caminhos também se estreitaram e tive uma sucessão de perdas, ou melhor, tive uma sucessão de trocas. E assim, como toda pessoa que tem um coração pulsando,porque nao é de pedra fiquei assustado demais com as mudanças. Mas agora já consigo perceber beleza na nudez de cada uma das minhas árvores e flores da montanha , prediletas.


Elas apenas estão trocando de roupa enquanto eu troco de pele, tamanha cumplicidade......."







Um dia desses de final de semana , inicio de mais uma segunda feira apos longos domingos , pouco antes de levantar da cama e enfrentar o dia frio da montanha e a estrada pra cidade lá fora, eu apertei forte as mãos perto do peito e pedi, como se pedisse a mim mesmo: “Deus, me mostra uma coisa, me dá um sinal, uma força, sei lá. Uma coisa capaz de salvar o meu dia, minha vida”.
No caminho da cidade amanhecia na estrada , , uma menininha de cabelos escuros e franja indo quem sabe pra escola com sua amiga sorriu pra mim e eu entendi logo: aquele sorriso era a resposta ao meu pedido.

E eu também sorri.


Eu estava salvo.








O tempo se mede com batidas. Pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração. Os gregos, mais sensíveis do que nós, tinham duas palavras diferentes para indicar esses dois tempos. Ao tempo que se mede com as batidas do relógio – embora eles não tivessem relógios como os nossos – eles davam o nome de chronos. Daí a palavra “cronômetro”.
O pêndulo do relógio oscila numa absoluta indiferença à vida. Com suas batidas vai dividindo o tempo em pedaços iguais: horas, minutos, segundos. A cada quarto de hora soa o mesmo carrilhão, indiferente à vida e à morte, ao riso e ao choro. Agora os cronômetros partem o tempo em fatias ainda menores, que o corpo é incapaz de perceber. Centésimos de segundo: que posso sentir num centésimo de segundo?
Que posso viver num centésimo de segundo? Diz Ricardo Reis, no seu poema “Mestre, são plácidas” (que todo dia rezo): “Não há tristezas nem alegrias na nossa vida”. Estranho que ele diga isso. Mas diz certo: o tempo do relógio é indiferente às tristezas e alegrias.

Há, entretanto, o tempo que se mede com as batidas do coração. Ao coração falta a precisão dos cronômetros. Suas batidas dançam ao ritmo da vida – e da morte. Por vezes tranqüilo, de repente se agita, tocado pelo medo ou pelo amor. Dá saltos. Tropeça. Trina. Retoma à rotina. A esse tempo de vida os gregos davam o nome de Kairós – para o qual não temos correspondente: nossa civilização tem palavras para dizer o tempo dos relógios: a ciência. Mas perdeu as palavras para dizer o tempo do coração.
Chronos é um tempo sem surpresas: a próxima música do carrilhão do relógio de parede acontecerá no exato segundo previsto. Kairós, ao contrário, vive de surpresas.


Nunca se sabe quando sua música vai soar........


sexta-feira, maio 27, 2011






E de novo me vens e me contas do mar aberto das costas de tua terra, do vento gelado soprando desde o pólo, nos invernos, sem nenhuma baía, nenhuma gaivota ou albatroz sobrevoando rasante o cinza das águas para mergulhar, como certa vez, em algum lugar, rápido iscando um peixe no bico agudo, mas essas outras águas que lembro eram claras verdes, havia sol e acho que também um reflexo de prata no bico da ave no momento justo do mergulho, nessas águas de que me falas quando me tomas assim e me levas para histórias ou caminhadas sem fim não há verde nem é claro, o sol não transpõe as nuvens, e te imagino então parada sozinha entre a faixa interminável de areia, o vento que bate em teu rosto, as mãos com os dedos roxos de frio enfiadas até o fundo dos bolsos, o vento e novamente o vento que bate em teu rosto, esse mesmo que não me olha agora, raramente, teu olho bate em mim e logo se desvia, como se em minhas pupilas houvesse uma faca, uma pedra, um gume, teu rosto mais nu que sempre, à beira-mar, com esse vento a bater e a revolver teus cabelos e pensamentos, e eu sem saber que me envolve agora quando teu olho outra vez escorrega para fora e longe do meu, entre tua testa larga de onde às vezes costuma afastar os cabelos com ambas as mãos, numa mistura de preguiça e sensualidade expostas, e quando teu olho se afasta assim, não sei para onde, talvez para esse mesmo lugar onde te encontravas ontem, à beira do mar aberto, onde não penetro, como não te penetro agora, mas é quando a pedra ou faca no fundo do meu olho afasta o teu é que te olho detalhado, e nunca saberás quanto e como já conheço cada milímetro da tua pele, esses vincos cada vez mais fundos circundando as sobrancelhas que se erguem súbitas para depois diluírem-se em pêlos cada vez mais ralos, até a região onde os raspas quase sempre mal, e conheço também esses tocos de pêlos duros e secretos, escondidos sob teu lábio inferior, levemente partido ao meio, e tão dissimulado te espio que nunca me percebes assim, te devassando como se através de cada fiapo, de cada poro, pudesse chegar a esse mais de dentro que me escondes sutil, obstinada, através de histórias como essa, do mar, das velhas tias, das iniciações, dos exílios, das prisões, das cicatrizes, e em tudo que me contas pensando, suponho, que é teu jeito de dar-se a mim, percebo farpado que te escondes ainda mais, como se te contando a mim negasses quase deliberado a possibilidade de te descobrir atrás e além de tudo que me dizes, é por isso que me escondo dessas tuas histórias que me enredam cada vez mais no que não és tu, mas o que foste, tento fugir para longe e a cada noite, como uma criança temendo pecados, punições de anjos vingadores com espadas flamejantes, prometo a mim mesmo nunca mais ouvir, nunca mais ter a ti tão mentirosamente próxima, e escapo brusco para que percebas que mal suporto a tua presença, veneno, veneno, às vezes digo coisas ácidas e de alguma forma quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona, mas volto e volto sempre, então me invades outra vez com o mesmo jogo e embora supondo conhecer as regras, me deixo tomar por inteiro por tuas estranhas liturgias, a compactuar com teus medos que não decifro, a aceitá-los como um cão faminto aceita um osso descarnado, essas migalhas que me vais jogando entre as palavras e os pratos vazios, torno sempre a voltar, talvez penalizado do teu olho que não se debruça sobre nenhum outro assim como sobre o meu, temendo a faca, a pedra, o gume das tuas histórias longas, das tuas memórias tristes, cheias de corredores mofados,pais furiosos , amantes maus e donzelas velha trancadas em seus quartos, balcões abertos sobre ruazinhas onde moças solteiras secam o cabelo, exibindo os peitos, tornarei sempre a voltar porque preciso desse osso, dos farelos que me têm alimentado ao longo deste tempo e choro sempre quando os dias terminam porque sei que não nos procuraremos pelas noites, quando o meu perigo aumenta e sem me conter te assaltaria feito um vampiro faminto para te sangrar enquanto meus dentes penetrando nas veias de tua garganta arrancassem do fundo essa vida que me negas delicadamente, de cada vez que me procuras e me tomas, contudo me enveneno mais quando não vens e ninguém então me sabe parado feito velho num resto de sol de agosto, escurecido pela tua ausência, e me anoiteço ainda mais e me entrevo tanto quando estás presente e novamente me tomas e me arrancas de mim me desguiando por esses caminhos conhecidos onde atrás de cada palavra tento desesperado encontrar um sentido, um código, uma senha qualquer que me permita esperar por um atalho onde não desvies tão súbito os olhos, onde teu dedo não roce tão passageiro no meu braço, onde te detenhas mais demorando sobre isso que sou e penses que sabe que se aceito tuas tramas, e vomitas sobre mim, e depois puxa a descarga e te vais, me deixando repleto dos restos amargos do que não digeriste, mas mesmo assim penses que poderias aceitar também meus jogos, esses que não proponho, ah detritos, mas tudo isso é inútil e bem sei de como tenho tentado me alimentar dessa casca suja que chamamos com fome e pena de pequenas-esperanças, enquanto definho feito um animal alimentado, apenas com água, uma água rala e pouca, não essa densa espessa turva do mar de que me falaste no começo da tarde que agora vai-se indo devagar atrás das minhas costas, e parado aqui do teu lado, sem que me vejas, lentamente afio as pedras e as facas do fundo das minhas pupilas, para que a noite não me encontre outra vez insone, recomponho sozinho um por um dos teus traços, dos teus pêlos, para que quando esses teus olhos escuros e parados como as águas do mar de inverno na praia onde talvez caminhes ainda, enquanto me adentro em gumes, resvalaram outra vez pelos meus, que seu fio esteja tão aguçado que possa rasgar-te até o fundo, para que te arrastes nesse chão que juncamos todos os dias de papéis rabiscadas e pontas de cigarro, sangrando e gemendo, a implorar de mim aquele mesmo gesto que nunca fizeste, e nem sempre sei exatamente qual seria, mas que nos arrancasse brusco e definitivo dessa mentira gentil onde não sei se deliberados ou casuais afundamos pouco a pouco, bêbados como moscas sobre açúcar, melados de nossa própria cínica doçura acovardada, contaminado por nossa falsa pureza, encharcados de palavras e literatura, e depois nos jogasse completamente nus, sem nenhuma história, sem nenhuma palavra, nessa mesma beira de mar das costas da tua terra, e de novo então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que teu corpo rejeita, bebendo teu mágico veneno porco que me ilumina e me anoitece a cada dia, e passo a passo afundo nesse charco que não sei se é o grande conhecimento de nós ou o imenso engano de ti e de mim, nos afastamos depois cautelosos ao entardecer, e na solidão de cada um sei que tecemos lentos nossa próxima mentira, tão bem urdida que na manhã seguinte será como verdade pura e sorriremos amenos, desviando os olhos, corriqueiros, à medida que o dia avança estruturando milímetro a milímetro uma harmonia que só desabará levemente em cada roçar temeroso de olhos ou de peles, os gelos, os vermes roendo os porões que insistimos em manter até que o não-feito acumulado durante todo esse tempo cresça feito célula cancerosa para quem sabe explodir em feridas visíveis indisfarçáveis, flores de um louco vermelho na superfície da pele que recusamos tocar por nojo ou covardia ou paixão tão endemoniada que não suportaria a água benta de seu próprio batismo, e enquanto falas e me enredas e me envolves e me fascinas com tua voz monocórdia e sempre baixa, de estranho acento estrangeiro, penso sempre que o mar não é esse denso escuro que me contas, sem palmeiras nem ilhas nem baías nem gaivotas, mas um outro mais claro e verde, num lugar qualquer onde é sempre verão e as emoções limpas como as areias que pisamos, não sabes desse meu mar porque nada digo, e temo que seja outra vez aquela coisa piedosa, faminta, as pequenas-esperanças, mas quando desvio meu olho do teu, dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece e tenha inventado quem sabe em ti um brinquedo semelhante ao meu para que não passem tão desertas as manhãs e as tardes buscando motivos para os sustos e as insônias e as inúteis esperas ardentes e loucas invenções noturnas, e lentamente falas, e lentamente calo, e lentamente aceito, e lentamente quebro, e lentamente falho, e lentamente caio cada vez mais fundo e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba assim nem agora nem aqui.

tudo como SEMPRE....





"Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não sentíamos dor, mas aquela emoção daquela hora ali sobre nós, eu nem sei se era alegria, também não usava máscara. Então pensei devagar que era proibido ou perigoso usar máscara, ainda mais FORA Carnaval."

Caio Fernando Abreu





Ouça aqui, mocinha. Não fique pensando que o mundo lhe pertence não. Não caia nessa onda. E outra coisa – não se esforce. Pelo o menos não tanto. Não fique ai remando contra a maré, dando murro em ponta de faca. Veja – se não for pra ser, não vai ser. Acredite em mim. Coisa boba essa sua tentativa de ir além, tuas noites e homens que entregas teu colo .. E olhe, eu não estou pedindo pra você desistir não, não é isso. Eu só quero que você pense mais, que leia mais.Seja mulher pra amar , assumir que então és assim mesmo eternamente perdida e insana a qualquer custo pra te anestesiar .Que tenha argumentos melhores.......

( do mesmo autor )







Pessoas tem mania de esconder seus amores, suas alegrias, tristezas, suas fraquezas, ... me amava??

Achava que sim. Que sim. Sim.

Caio Fernando Abreu


...




Estende meus braços na direção de cada ser vivo da tua natureza para eu acolher todos e nunca me negar ao préstimo generoso que ensinaste com o teu exemplo. Coloca a tua ternura em minhas mãos, e que elas sirvam para abençoar, plantar, nutrir, afagar e trabalhar segundo a tua vontade. Conduz minhas pernas e meus pés rumo ao destino do bem, da solidariedade, da misericórdia e da compaixão comigo e com os que estão em meu entorno no universo. Dirige meus passos e me mantém em segurança. Desvia-me das ilusões e das vaidades que possam me afastar do teu caminho sagrado.



Lava meu coração das tristezas que ele conheceu, das amarguras que acumulou, dos ressentimentos que guardou, e purifica-o com o perdão e o esquecimento. Acalma as minhas angústias e devolve-me a serenidade, o equilíbrio e a ponderação para eu transpor as dificuldades sem me perder nas sendas dos tormentos humanos. Aumenta a minha fé para eu reconhecer e acatar os teus transcendentes desígnios e para aceitar com resignação as lições que me entregas por meio da dor. Transmuta o meu sofrimento em aprendizado e eleva a minha paciência diante dos infortúnios para que a gratidão seja maior do que os lamentos de minha alma.




Orienta meu espírito na claridade do dia e na escuridão da noite, e sussurra em minha intuição o que devo fazer, desde o meu acordar até que eu adormeça no agasalho de teu ventre. Doutrina-me na humildade e no respeito, molda-me na tua devoção e funde-me em tua índole sublime. Sustenta-me em teu colo quando eu andar sozinha e carrega-me pela tua mão ou na mao de meu verdadeiro amor , de volta, se eu me afastar de ti e do que seja benéfico a mim e, também, aos outros. Liberta-me das opressões que abalam a minha tranquilidade e dos problemas que não sei resolver sem o teu auxílio, e inspira os meus gestos, decisões e comportamento. Renova a minha esperança, anima a minha vontade e fortalece a minha coragem para eu não desistir enquanto não se esgotar o manancial de forças que vêm de ti.




Corrige as minhas imperfeições e cura-me dos erros que pratiquei para que a paz ocupe o lugar do arrependimento. Aperfeiçoa a obra incompleta que sou, desenvolve as minhas aptidões, melhora as virtudes que tenho e me instrui a repreender os meus defeitos. Fortifica a saúde do meu corpo físico, abastece-me de harmonia espiritual, estabilidade emocional, capacidade mental e de bons fluidos energéticos. Derrama as tuas bênçãos sobre o meu lar, sobre a minha família, sobre a irmandade universal, e que a chama do teu imenso amor se mantenha flamejante, espargindo o teu fulgor sobre todas as vidas e em todos os lugares.





Mãe e Senhora! Tu és o meu escudo e a minha guia, quem rege a minha jornada e me defende. Toma a minha vida em tua amorosa graça, onde eu estiver e em tudo o que fizer. Sê tu em mim a cada momento, e me dá permissão para ser uma ínfima demonstração da tua sagrada presença Eu Sou. Revela-te em mim para que eu seja, ao menos, uma centelha do teu divino amor, uma migalha da tua infinita sabedoria, uma faísca da tua magnífica e purificadora luz. Eu me consagro a ti e te ofereço tudo o que sou, tudo o que tenho, tudo o que faço e tudo o que construímos juntos.Entreguei a ti meus sonhos , meus dias , o sonho do neus Templos, de um amor imenso e intenso que existe dentro de mim ,mas que arde no meu peito porque amores verdadeiros existem pra ser reconhecidos e vivividos em sua plenitude fisica e espiritual pra sempre ...se expandem a caminho da Luz e finalmente da alma acolhedora que recebe , que entende , que vive de verdade sem maculas teus ensinamentos a cada flor que encontramos , a cada lua que nasce , a cada desejo que arde fazendo brilhar as cinco pontas da uma Estrela ......

continua mostrando sempre a nós VERDADE , atua verdade , a unica verdade

aquela que habita la no fundo do brilho inconfundivel e unico do olhar. Que seja assim, agora e sempre!
http://www.youtube.com/watch?v=k5CltsEN8DQ&feature=related

....




o seu toque

e seu olhar


melhoravam o meu.



(arnaldo antunes)


...de ficar...e dormir junto........junto.




Sentei na pedra e torci pra dar tempo de ver o sol.
Lembrei de tudo que a gente fez junto.
A saudade bateu.
O coração não......

ele disparou.



Não é o tempo ou algo assim, simplesmente não sabia como reagir ao seus encantos....do tempo, do amor , da intensidade , do desejo ....da vida....

Subia e descia seu coração a procura de algo que pudesse desmentir o sentimento que gerava a saudade. Deitadp sob os seus próprios sonhos,deixava a aurora refrescar seus medos e camuflar todo o tempo que ficava para trás - ele só observava.... já não podia mais dizer nada - , e apenas assim, caminhava, entrelaçado, com seu fardo 'amigável' de mais um dia silencioso. Não era a hora. E o tempo é que corria sem dó ou piedade.
(Você me faz escrever). Não queria admtir, mas ela o fazia escrever. Raro como pigmeu, sem resposta como cometa, vinha, de supetão, e as linhas iam-se colorindo por fora e por dentro, num vai e vem de prazer constante.


estranha...


mas ancestral e conhecida sensação.......

quinta-feira, maio 26, 2011

"Almas "


Sou assim, desculpa. Tenho essa anomalia emocional, essa deficiência no coração. Não penso, só sinto. E isso me custa caro, muito caro.....




.....






"Vimos uma margarida e nem sequer era Primavera. E disseste que margarida é amarelo e branco. E eu disse que branco era paz, e disseste que amarelo era desespero. E dissemos quase juntos que margarida era então desespero cercado de paz por todos os lados."








"Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir, que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, tudo bem.


EU ACREDITAVA MUITO




"Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor."





(Martha Medeiros)

quarta-feira, maio 25, 2011






"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."






O poder de um relacionamento está nas mãos de quem se importa menos.
Mas nem sempre quem tem mais poder é o mais feliz."


....



Dance, pequena bailarina.
No seu pequeno palco sem luz
Dance nos dias brancos
E nas noites azuis



http://www.youtube.com/watch?v=fX5USg8_1gA



pois um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços. E a luz compreenderá a impossível compreensão do amor





Eu rezo confidências ternas, nas ruas do teu coração… alma em reticências…
Como terra arada naquela montanha onde se plantam ervas e flores. O amor em oração, é criação.
Rezemos então…


Como se tudo fosse verdade


apenas ....

um beijo.”



terça-feira, maio 24, 2011

Alguma explicação....




"Era esquisito, e inteiramente verdade; tudo o que não se podia compartilhar… esvaía-se em pó."

(Virginia Woolf em: Mrs. Dalloway)





http://www.youtube.com/watch?v=Yaj3D8VcjVg&feature=related

Confia Alessandra





Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação , de um amor intenso que guardamos no peito e só nós conhecemos ... e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente...e pode acreditar menina

vai ser

...





"O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante de mais aquela noite fria da montanha. Respirou fundo, sorriu. Ficou pensando em quem poderia convidar para ir com ele ao País das Fadas. Alguém de que gostasse muito e também acreditasse.Que quisesse pra sempre. Sorriu ainda mais quando, sem esforço, lembrou de uma porção de gente. Esse convite agora está sempre nos olhos dele: quem acredita sabe encontrar. Não garanto que seja feliz para sempre, mas o sorriso dele nas noites de frio , de lua da montanha brilha e é lindo quando pensa todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida. E você?"



Certas coisas não se explicam.Se buscam e se SENTEM. Não existem palavras que as descrevam ou soluções que as resolva. Sentimentos, gestos, sonhos e sorrisos. A alma entende e a boca cala.

.Fernanda Mello





Ela não era um menina comum, isso eu soube desde que a vi.
Foi quando eu senti, mais uma vez, que amar não tem remédio.

.Caio Fernando Abreu

segunda-feira, maio 23, 2011

o silencio tem voz.




"Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras."

. Martha Medeiros .



"Às vezes me espanto e me pergunto como pudemos a tal ponto mergulhar naquilo que estava acontecendo, sem a menor tentativa de resistência. Não porque aquilo fosse terrível, ou porque nos marcasse profundamente ou nos dilacerasse - e talvez tenha sido terrível, sim, é possível, talvez tenha nos marcado profundamente ou nos dilacerado - a verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo. Porque alguma coisa ficou."


http://www.youtube.com/watch?v=fX5USg8_1gA

Até o fim.




"Às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor."






"Na primeira noite, ele sonhou que o navio começara a afundar. As pessoas corriam desorientadas de um lado para o outro no tombadilho, sem lhe dar atenção. Finalmente conseguiu segurar o braço de um marinheiro e disse que não sabia nadar. O marinheiro olhou bem para ele antes de responder, sacudindo os ombros: "Ou você aprende ou morre." Acordou quando a água chegava a seus tornozelos. Na segunda noite, ele sonhou que o navio continuava afundando. As pessoas corriam de outro para um lado, e depois o braço, e depois o olhar, o marinheiro repetindo que ou ele aprendia a nadar ou morria. Quando a água alcançava quase a sua cintura, ele pensou que talvez pudesse aprender a nadar. Mas acordou antes de descobrir. Na terceira noite, o navio afundou."

. Caio Fernando Abreu .