Pequenso detalhes......

" E la em baixo....uma rede de anjos amparava nossa
queda... (Caio Fernando Abreu )











quarta-feira, outubro 31, 2012

Sabedoria Infantil (1) "Nunca te metas com uma miúda que já te bateu uma vez". Pedro, 9 anos

AMOR

“Pessoas sábias são amorosas com todos. Elas têm, acima de tudo, amor. Nos dias de hoje, amor é a coisa mais importante. Esqueça, perdoe e não tenha o sentimento de não gostar de alguém. Não sinta coisas ruins nem por quem fala mal ou não gosta de você, não carregue nenhum fardo. Seja como um oceano de amor.” Brahma Kumaris

terça-feira, outubro 23, 2012

“Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver.”
"Fica combinado assim: você louco por mim, eu louca até o fim." Martha Medeiros
É proibido pisar na grama, o jeito é deitar e rolar. - Chacal -

segunda-feira, outubro 22, 2012

Encontros preciosos não são necessariamente os que nos trazem jardins já floridos. São, um bocado de vezes, aqueles que nos ofertam mudas.
Divertir os outros... Um dos modos mais emocionantes de existir. - Clarice Lispector -
Sabe o que eu sinto? Tem duas coisas me puxando, dois tipos de vida — E eu não quero nenhum deles. Quero um terceiro, o meu. (caio
Dançava no meio da multidão alienada, rodava o vestido branco, pouco se importava com os olhares indiscretos. Era dezembro de um verão estarrecido. De repente, olhou para o lado e o viu. Reparou que era observada há algum tempo: chinelos, bermuda, e um sorriso inexplicável. Tentou disfarçar, inutilmente. Nunca imaginou que seu destino estava sendo traçado ali, naquele ambiente pouco poético. Naquele momento, era apenas um olhar, e uma palavra rouca. Afastados da multidão, com o som quase mudo, as vozes relutantes e um sorriso quente, aprendeu: A dança sempre será definida pelos acaso

terça-feira, outubro 16, 2012

Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. …Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu.
“Contudo, nem todos fecham os olhos, se despertos. E dos que fecham, uns o fecham de modo conotativo, outros de jeito conotativo. Conotativo: você fecha os olhos para a emoção. Denotativo: você fecha os olhos de emoção. Desconformidades postas, pergunto: por que seus olhos têm se fechado?”

segunda-feira, outubro 15, 2012

FELIZ DIA DO PROFESSOR

A TODOS QUE SABEM QUE ENSINAR , COLOCAR NA PRATICA,AMAR E CUIDAR DE ANJOS E A TAREFA MAIS NOBRE E BONITA DA VIDA. PINDAMONHANGABA / OUTUBRO 2012
No meio do rio, eu via a pedra. A única naquela extensão azul de água, o pico negro erguido em inesperada fragilidade na solidão. Eu não tinha instrumentos para caminhar até ela, a pedra, tomá-la nos braços, por um instante debruçar minha ternura sobre seu isolamento num absurdo desejo que em sua insensibilidade de coisa ela se fizesse sensível e, assim suavizada, contivesse o desespero amparando-se em mim. Por que ela se perdia assim e assim se assumia e se cumpria em pedra, dona de si mesma, dispensando qualquer afeto, qualquer comunicação? Ela se bastava. Parecia já ter ido além da própria estrutura num lento inventariar do mundo ao redor, como se seu pico tivesse olhos e esses olhos projetassem indagações em torno, avançando nas descobertas, constatações se fazendo certezas. E como se seu isolamento fosse deliberado, como se já não acreditasse em mais nada e tivesse escolhido o amparo apenas das águas, a precária proteção do azul _ como se tivesse escolhido o vento, a erosão, os vermes, os musgos que a roíam devagar. Assim, da mesma forma como outros escolhem o apoio das pessoas ou a nudez do campo, ela escolhera o desafio da entrega. O despojamento de ser, insolucionada e completa em suas fronteiras: pedra porque pedra fora, era e seria num sempre que a sustentava, frágil e absoluta. parecia ir alem......

sábado, outubro 13, 2012

“ Os nossos sonhos e sustos sopram em nossos ouvidos quando menos esperamos.
"Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim."

sexta-feira, outubro 12, 2012

“ Foi tão bonito você me emprestar a vida assim; Ver que eu não tinha saída e seguir por onde eu vim.” (Chico Buarque)
Uma corrida, dum lado pro outro, e eu me perguntando se tudo isso vale a pena. Sem tempo pra ler, pra escrever, pra visitar ninguém, pra olhar pro céu, um olho nos jornais, outro no coração das pessoas — e tudo tão rebentado (ou arrebentando)… Enquanto a bolha radioativa ameaça escapar do reator, o velhinho simpático do apartamento em frente abre o gás. (Caio Fernando Abreu, carta a Suzana Saldanha)
Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, a gente, as pessoas infelizmente tem, temos, essa coisa, as emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não te desviares demaiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relaionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas, infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos – emoções

quinta-feira, outubro 11, 2012

quarta-feira, outubro 10, 2012

''Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas. O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente
"Fica? Passa? Vai? Volta? Ask the dust, and the answer is maybe dusty." — Caio Fernando Abreu, carta a Jacqueline Cantore
" Que os sensíveis sejam também protegidos. Que sejam protegidos todos os que veem muito além das aparências. Todos os que ouvem bem pra lá de qualquer palavra. Todos os que bordam maciez no tecido áspero do cotidiano."
Eu tenho uma psicologia muito frágil — simplesmente não quero me envolver em estorinhas sujas como essa. Prefiro cair fora. (Caio Fernando Abreu - Carta a Luiz Fernando Emediato)

terça-feira, outubro 09, 2012

CEU DO MES

Saturno em Escorpião proporciona época de muita transformação Outubro começa sob os auspícios de um poderoso aspecto entre Mercúrio, Vênus e Escorpião, todos terminando um ciclo. Como uma última despedida, Saturno em Libra, exaltado e poderoso, fecha o seu trânsito deliberando julgamentos e conseguindo o apoio da mídia e de figuras de poder –respectivamente, Mercúrio e Vênus. O primeiro beneficiário deste ótimo aspecto que firma pactos, valores e dignidades é o nosso país, o Brasil, e seu governo. É como fechar um ciclo com chave de ouro e não poderia deixar de ser assim com Saturno dignificado, forte e equilibrado. Importante mesmo, em outubro, é a entrada de Saturno em Escorpião, que ocorre no dia 8. O planeta do tempo demora cerca de 28 a 30 anos para voltar a um signo. Em 1982 e 1983, Saturno esteve em Escorpião. A geração que nasceu naqueles anos é que irá sentir com bastante ênfase a passagem, especialmente por ter vindo ao mundo no período do último stellium planetário do século 20. Stellium é um termo em latim que designa um ajuntamento de estrelas (em singular do latim, stellae), o que reforça um dado conjunto de temas e conteúdos que se farão sentir com impacto por toda uma geração. Voltando a Saturno, o planeta do amadurecimento e do tempo irá fazer um trânsito de dois anos e poucos meses em Escorpião. Em fins de dezembro, ele termina sua passagem e a grande lição será buscar a relevância e o que é essencial no uso dos recursos compartilhados por todos os países. Será um trânsito de impacto nas finanças internacionais, que sinaliza um tempo em que todos os países serão obrigados a se ajudar mutuamente para preservar suas economias. O que era uma crise econômica internacional vista como passageira, se aprofunda e mudará relações de influência política também. Escorpião é também um signo que gere os frutos que saem debaixo da terra, como o petróleo, os metais e as pedras preciosas. Em um sentido geomorfológico, tem relação com cavernas e lugares profundos como vulcões --a imagem de um vulcão, aliás, é bastante eloquente sobre este signo vulcânico. Ao longo dos próximos meses, vamos ver novas abordagens sobre a vida e a morte, em termos de conceito e de função nas sociedades, já que Escorpião é o signo das transformações e das forças que pulsam no interior de cada ser humano. A Lua míngua no Caranguejo e este é um excelente momento para fazer um balanço do que foi feito desde a Lua Nova do dia 15. E bom momento também para fazer mudanças, retoques no que preciso for. A Lua míngua e a gente, mais do que saber, sente com quem pode contar. Sozinhos somos bem pouca coisa, mas juntos e com humildade a vida se apresenta com muitos tesouros. Dentro e fora, fora e dentro..... ( EM PARCERIA COM Astromic Astrology Brothers _ USA , Argentina , Brasil , Australia , Peru , Indonesia e India )
'' ...e me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… dizer que te considero – pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida – e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca................ (Caio F Abreu )
'' Prefiro a intensidade do que a quantidade. De um momento, de um sentimento, de uma atitude. Seja o que for, que seja intenso. ''
( pARA mARTA FONTES )

DOÇURA

“Veja como Deus faz com que as coisas sejam feitas através dos filhos. Ele permanece desapegado, mas faz com que tudo seja feito. Deus é o mais elevado nas alturas, o Guru verdadeiro. Ele sabe tudo que há dentro do coração de cada um. Então deixe para trás os frutos amargos de passado e desfrute apenas dos frutos doces que Deus está dando a você. Tome o amor doce de Deus e mantenha apenas isso em seu coração. Torne-se tão fácil que os outros sentirão que é fácil chegar a você. Quando você é fácil os outros sentem leveza na sua presença ( POR BHRAMA KUMARIS )
Na Índia, são ensinadas as "quatro leis da espiritualidade": A primeira diz: "A pessoa que vem é a pessoa certa". Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação. A segunda lei diz: "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido". Nada, nada absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum "se eu tivesse feito tal coisa..." ou "aconteceu que um outro ...". Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas A terceira diz: "Toda vez que você iniciar é o momento certo". Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem. E a quarta e última afirma: "Quando algo termina, ele termina". Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.
A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem-vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo? Não há que abster-se: há que comer desse banquete..... (Caio Fernando Abreu, carta a José Márcio Penid
'' Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno. Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas... Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia. Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegueeuse, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos. Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim. No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico. Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava. Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há. Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração. Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor. Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza. Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante ".
mas não chegou a dizer nada porque ela estava contando que fizera vinte e oito anos semana passada e que tinha ficado completamente louca o dia inteiro, ainda por cima um domingo, e que sentira vontade de escrever um conto que começasse assim, aos vinte e oito anos ela enlouqueceu completamente e de súbito abriu a janela do quarto e pôs-se a dançar nua sobre o telhado gritando muito alto que precisava de espaço (Caio Fernando Abreu. Aconteceu na Praça XV, in: Pedras de Calcutá)

segunda-feira, outubro 08, 2012

tento fugir para longe e a cada noite, como uma criança temendo pecados, punições de anjos vingadores com espadas flamejantes, prometo a mim mesmo nunca mais ouvir, nunca mais ter a ti tão mentirosamente próximo, e escapo brusco para que percebas que mal suporto a tua presença, veneno veneno, às vezes digo coisas ácidas e de alguma forma quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, (…) (Caio Fernando Abreu. À beira do mar aberto, in: Os Dragões Não Conhecem O Paraíso)
Eu posso estar falando coisas que soam a Seicho-No-Ie, a filosofia rasteira, mas eu não me importo nem me envergonho. Eu nem sequer critico. Sempre dizia para o meu psicanalista “olha, jogo Tarot, sou astrólogo e meio bruxo, e essas coisas eu NÃO vou discutir MESMO com você”.
“Aquela era uma saudade feita de um punhado de sorrisos viçosos floridos no jardim da memória. Era pássaro que cantava macio na árvore mais frondosa da minha gratidão. Era mar que estendia ondas suaves de ternura por toda a orla dos meus olhos. Aquela era dessas saudades que toda vez que dizem acendem um mundaréu de estrelas no céu do coração. Era uma certeza de que a vida sempre arruma maneiras para aproximar as almas irmãs, esses anjos vestidos de gente que tornam mais fácil e mais feliz a nossa temporada de aulas e recreios nesse mundo
.”
Esqueça isso. Não vale a pena. - Eu sei. - Ele não merece nem suas palavras. - Eu sei. - Então por que choras? - Porque eu me importo. - Não deveria… - Eu sei.
"Certa vez um crítico do Le Magazine Litteraire disse que meu texto parecia “o de uma Clarice Lispector que tivesse ouvido muito rock’n’roll e tomado algumas drogas”. Fiquei lisonjeadérrimo." — Caio Fernando Abreu, carta a Lucienne Samôr
E eu fico muito comigo mesmo nisso tudo — cada vez mais sufocado, mais ecessitado que pinte um VERDADEIRO ENCONTRO com outra pessoa, seja em que termos for. Parece que ou eu ou os outros não somos mais tão disponíveis. Será que estou fechando, perdendo a curiosidade? Eu não sei. (Caio Fernando Abreu, carta a Vera Antoun)
Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, da quedas, dos medos, dos choros. (Caio Fernando Abreu. Carta a Zaél e Nair Abreu
“Porque o real do ciclo seco são ações, não pensamentos nem imaginações. Tanto que, visto de fora, não é visível nem identificável. Não se confunde com “depressão”, quando você deixa de fazer o que devia, ou com “euforia”, quando você faz em excesso o que não devia. Em ciclo seco faz-se exatamente o que se deve ou não, desde escovar os dentes de manhã ou beber um uísque à tardinha, mas sem prazer. Nem desprazer: em ciclo seco apenas se age, sem adjetivos. A propósito, ciclo seco não admite adjetivos — seco é apenas a maneira inexata de chamá-lo para que, dando-lhe um nome, didaticamente se possa falar nele. Ciclo seco, por exemplo, não se interessa por nada. Pior que não ter o que dizer, ciclo seco não tem o que ouvir, compreende? Ciclo seco é incapaz de se distrair, de se evadir. Fica voltado para dentro o tempo todo, atento a quê é um mistério, pois que pode um ciclo seco observar de si mesmo além da própria secura, se não há sequer temporais, ventanias, chuvaradas? Nesse sentido, ciclo seco é forte, porque nada vindo de fora o abala, e imutável, porque de dentro nada vem que o modifique.”
"...Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que comecei a desejar menos entender de onde vim e a desejar mais aprender a estar aqui a cada agora. Só sei que descobri que a solidão é estar longe da própria alma. Que ninguém pode nos ferir sem a nossa cumplicidade. Que, sem que a gente perceba, estamos o tempo todo criando o que vivemos. Que o nosso menor gesto toca toda a vida porque nada está separado. Que a fé é uma palavra curta que arrumamos para denominar essa amplidão que é o nosso próprio poder..."
"A vida não é apagável, pensei. Nem volta atrás. Ainda não construíram a máquina do tempo. Ninguém virá em meu socorro. Faz tanto tempo que invento meus próprios dias. Preciso começar por algum ponto." ( Caio )

domingo, outubro 07, 2012

Se um dia voltar para casa com o coração aquecido e com um amor desses que valham à pena, ai sim recomendarei festas." Caio F.

sábado, outubro 06, 2012

— Ela queria outra coisa. — Que coisa? — Nem ela sabia. Repetia isso o dia inteiro: “Quero outra coisa, eu quero encontrar outra coisa”. Caio F. em Onde Andará Dulce Veiga
Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou…” [Caio Fernando Abreu]
"Talvez, afinal, eu devesse começar a acreditar em milagres. Em rezas, em sonhos, em delírios." Caio F.

sexta-feira, outubro 05, 2012

Quando ameaça doer demais (…) Ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca sentido. — Caio Fernando Abreu

ESPAÇO INTERIOR

Espaço interior é aquele lugar dentro de você que ainda não foi desbravado. Quando você olha para dentro, o que você vê? As pessoas têm olhado para dentro, elas têm visto a mágoa, a raiva, o medo, um turbilhão de pensamentos e um desejo imenso de confiar, amar e ser feliz... Mas como se pode encontrar confiança se dentro só tem desconfiança? Como se pode encontrar o amor se dentro só existe o temor? Como se pode encontrar Deus, se dentro está cheio de conceitos sobre Ele? No espaço interior está a sabedoria. Sabedoria é o resultado da observação e não da memorização. Na memorização as coisas param, ficam terminadas. Na observação tudo está em movimento, desenvolvendo-se. Então, é com a sabedoria que se fala do agora; e é com o conhecimento que se fala do passado. No espaço interior está o silêncio - e o silencio é o único fenômeno pelo qual podemos ouvir. O espaço interior liberta-nos dos entulhos do passado e do barulho interior. O espaço interior, para muitos, permanece desconhecido. Para esses não há silêncio, nem repouso, nem paz! Se não há repouso, então você nunca estará descansado. Se não há silêncio, então você não poderá ouvir a voz de Deus. Se não houver comunhão com a fonte, então você estará desligado, desenraizado da vida. Encontre seu espaço interior e esteja lá.
"São incontroláveis os sonhos de outubro: se bons deixam a vontade impossível de morar neles; se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições." Caio F.

quinta-feira, outubro 04, 2012

“É por ela que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outras como você. Pra ela, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor.” Caio F.
"Você tem alguma receita pra gente mudar de vida? E pra tomar decisões? E para mudar de personalidade? E para flagrar-se? E para pagar o karma em suaves prestações? E pra desorientação aguda, você tem? Se tiver, me passa que eu preciso." Caio Fernando Abreu