DO BLOG

Não. Não preciso explicar a mim mesma as razões dos meus atos. Ou preciso. Nem sempre entendo tudo que penso, sinto, faço. Isso não me faz anormal, me faz humano. E, como tal, sinto necessidade de entender. Mesmo que eu não queira explicar. Caio disse que "como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos". Eu não me entendo - sou um paradoxo. E sou também pura poesia. Mas não me recrimino por ser esse ser vivo ininteligível. Porque é isso que me faz intenso, que me faz sensível, que me faz. Não peço desculpas por ser. Não peço por dividir. E é por isso este blog. Uma tentativa. Uma possibilidade. Uma necessidade: nunca deixar de escrever. Porque a escrita é meu oxigênio. E, pra entender a mim mesmo, preciso sair de mim, preciso me ler com objetividade, para poder entender minhas próprias alegrias e também minhas próprias cicatrizes. Para poder respirar de mim, preciso me desfazer em palavras. Preciso sentir a força dos meus dedos apertando a caneta, o teclado do computador, apertando os sons que tantas vezes minha garganta não consegue pronunciar. Este blog é um diário, um espaço para reflexões, para dúvidas. Quem sabe, em algum momento, eu consiga me decifrar
Quem sabe, neste momento, eu me devore.