Não seria necessária mais nenhuma palavra um segundo antes ou depois de dizerem ao mesmo tempo: — Quero ficar com você...
Pequenso detalhes......
" E la em baixo....uma rede de anjos amparava nossa
queda... (Caio Fernando Abreu )
queda... (Caio Fernando Abreu )
quarta-feira, setembro 10, 2014
Começo este poema de amor na hora incerta como o menino que canta mais forte ao passar diante do cemitério. E digo amor. Rangem as dobradiças de cada som. Quebra-se cada letra, estripo cada grama do seu sentido — todo de grumos entre as mãos, sangue preso… Fóssil que quer libertar-se da dureza mineral, coral, fruto de rubi. Milagre do espelho que multiplica o seu desejo. A angústia abdica do seu nome: o trono está vazio e convoca algum tirano desconhecido, com certeza mais cruel. O gavião mira, de longe, a passagem dos dias: não escapa nenhum de seu olho frio. Tudo dorme. E te digo amor, me obstino em dizer-te assim. E a não queimar a carcaça da palavra, onde parece que a carne começa já a apodrecer. Não. Redizer-te. Redizer-te em arranhões na parede que ergues entre o meu desejo e Tu......
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