Dormir no teu dragão....

Lembrei hoje neste amanhecer tão bonito num vale encantado , de uma entrevista que o pugilista Popó de Oliveira deu certa vez que na hora da pancada não doi, so dói no "dia seguinte".Faz sentido , pensei.O choque que anestesia a brutalidade dos fatos que as vezes nao esperamos.

Imaginei a perda as vezes nao por nossa vontade daquele amor que imaginamos em sonho e realidade ser muito mais que eterno, é como uma bomba atomica que explode no meio da sala.Todos os apenas nós mesmos ficamos atonicos , sem ação , não sabendo mais como agir , comer , dormir , viver!Não ha mais o que havia antes.Até se adaptar a esta desorganização radical do cotidiano , fica se sim , num estado de entorpecencia , e nao raro os ditos "familiares " e "amigos" se iludem que será razoavelmente fácil administrar a nossa situação ..colegio, trabalho ,e até festas, uma vida "normal".

Mas aí aos poucos o efeito anestesico da surpresa vai diminuindo a reconstrução de uma nova rotina se impoe e a ausencia torna se "acachapante" pra valer...

Não precisamos ou nao imaginamos que iamos vivenciar uma experiencia dessas pra saber como funciona.Todos nós passamos por outros tipos de impacto que , num primeiro momento , parecem facilmente superaveis.

Um casamento ou uma relação de alma desfeitos , uma traição, uma demissao, o cancelamento de um sonho que juravamos eterno , a ruptura definitiva com um parente .Na hora da pancada ficamos atordoados , porem buscamos forças pra seguir em pé e continuar no ringue , afinal , temos cérebro e coração pra que? Tiramos da cartola argumentos que nos seguram , a autoestima é convocada , nos agarramos aquela lembrança que ficou no drgão e no calor do corpo em nosso braço , a Fé ,a Estrela , a Deusa , a Deus : tudo vai dar certo nada nos atingirá

.Mas ai o tempo passa...

......as coisas enganosamente se acomodam e nos permitimos a nos iludir internamente o que antes , por amar de verdade nao nos permitiamos. Descobrimos então que estamos frágeis emocionalmente , cansados de combater a tristeza , os domingos solitários , as noites de Lua Cheia que sonhamos muito diferente , o por do sol e o amnhecer que inevitavelmente sem querer , vemos sozinhos...diante da inevitabilidade dos fatos , de uma falta de reciprocidade que nao queriamos acreditar, e então jogamos a toalha e aceitamos a "derrota".

O analgesico contra o choque nao faz mais efeito.


Não é justo e talvez nem injusto, mas é simplismente assim.Somos acostumados pelos falsos morais , pra quem é cego a beleza da simplicidade de um grande amor , as regras com o que é conhecido , com emoçoes controlaveis.Quando alguem ou a propria vida ( LIFE ! Vai dar certo! ) nos tira o chao e reverte a ordem natural dos acontecimentos e de grandes historias realizaveis sim de amor.

Ficamos pendurados por uma cordinha tenue que se chama esperança de que: de aniqueilar com a dor? De voltamos no tempo aquele aeroporto, aquele hotel , aquele abraço , aquele adormecer ao lado de alguem? De uma nova alegria nos alcançar? De tudo isso e mais o que for necessario para a gente poder reencontrar aquilo que nao podemos perder em hipotese alguma:
aquele grande amor verdadeiro , e talvez acima de tudo...a nós mesmos.....